Eu vou te jogar num pano de guardar confetes e o amor chuva de verão
Falar de amor não é coisa fácil, mesmo assim todos querem falar sobre o assunto. Todo escritor, em algum momento da vida, deparou-se com o desejo de expressar através das palavras sobre esse sentimento tão múltiplo e incerto. Todos querem inspiração para falar de amor, seja ele correspondido, não correspondido, virtual, casual, enfim; neste caso falaremos dos amores de carnaval, do amor fugaz, conhecido como "Chuva de Verão".
Para isso usaremos como base o verso "Eu vou te jogar num pano de guardar confetes", da música Chão de Giz, de Zé Ramalho. O verso é claro e quer dizer: Eu vou te esquecer para sempre, guardar suas lembranças, tirá-las de mim. Assim como o carnaval, a chuva de verão é passageira, é limitada, ocorre geralmente numa única estação e depois... vai embora.
Assim é o amor "Chuva de Verão", termo metafórico que define o amor de carnaval como algo momentâneo, leve, efêmero, bem como a chuva de verão. Bom seria se todos os amores resistissem ao carnaval e não entrassem no tempo de seca, como o período pós-chuvas, quando chega o outono, tempo gris.
Ah, é neste momento em que as lembranças são guardadas, até mesmo esquecidas. Na música do Zé, o tal pano de guardar retalhos nada mais é do que aqueles balaios de costureiras em que são colocados os retalhos de tecidos, que não serão usados mais. Assim é o amor de carnaval, quando a festa acaba, para quê continuar com a fantasia? É preciso tirar a máscara e voltar para a realidade. Bom seria se o amor permanece-se junto, mas e se... e se a realidade não permitir? Fica esquecido junto com o carnaval.
"Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval", já passou o momento, perdeu-se o encanto, foi-se o sexo, que também é considerado algo popular, assim como o carnaval. Rita Lee também diz que o sexo é imaginação, fantasia. Sexo é invasão: "Ó abre alas, deixa ele passar", é carnaval. E ainda completa dizendo: Sexo vem dos outros, e vai embora, amor vem de nós... e demora.
E vai embora... "No mais, estou indo embora": não adianta ficar, a fuga é o melhor caminho, é solução. Deixe guardado, deixe o amor ficar com a chuva de verão, guardado entre panos.
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