“O Amor É Mais Falado Do Que Vivido E Por Isso Vivemos Um Tempo De Secreta Angústia ”

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.
Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.

O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
 “Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”. Zygmunt Bauman
O Órgão do Mar de Zadar - Um instrumento musical alimentado pelo movimento das ondas



O Órgão do Mar é um instrumento musical incrível composto por um sistema de tubos e dutos que tocam música real conforme as ondas do mar Adriático impulsionam o ar através dele. Os 35 tubos de órgão estão ligados ao flanco de um canal central de serviços. Cada tubo do órgão é soprado por uma coluna de ar, impelida por sua vez, por uma coluna de água movida pelas ondas, através de um tubo plástico imerso no mar. A música criada pelo Órgão do Mar emana na área circundante através de uma série de aberturas nos planos verticais das escadas de pedra superiores que cobrem o mar.

Tudo começou quando no final da Segunda Guerra Mundial, a linha costeira de Zadar, uma bela cidade croata com uma história que remonta os tempos pré-históricos, foi quase que completamente destruída. Nos anos que se seguiram, muitos de seus marcos perdidos foram reconstruídos como blocos lisos de concreto e a costa não foi a exceção.
Buscando restaurá-la à sua antiga glória, as autoridades locais trouxeram o premiado arquiteto Nikola Bašić, que, inspirado no hydraulis (órgão d'água), um instrumento construído pelos gregos antigos que usava água para impelir o ar através de tubos afinados, projetou e gerenciou a construção do Órgão do Mar, ou Morske Orgulje.



Os sete tubos de diferentes comprimentos e diâmetros desempenham diferentes tons, conforme as ondas forçam o ar através deles. Cada tubo de órgão tem sua própria tubulação, assim à medida que você se move ao longo do calçadão da costa, vai detectando alterações nos sons e harmonias, de acordo com a sua posição em relação as sete passagens.
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O efeito do Órgão do Mar é muitas vezes descrito como hipnótico, com o som da música flutuando em intensidade dependendo das condições meteorológicas ou se um barco ou balsa passa, empurrando a água fortemente nas tubulações.