Nooossa...Pensar, sentir, viver! Não apenas sobreviver... É preciso acreditar, Sonhar, Ousar!! Belo texto... Bela mensagem...

Pensar é transgredir...

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
 Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido. Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação. Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se. Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. 
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas, mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.


Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.
                                                                 Lya Luft

Adele - "Hello" A canção "Hello" - Tem a mesma sintonia com as canções de seus trabalhos anteriores: a sua potente voz, nossa...uma letra arrebatadora que faz doer a alma...


Show, show show!!! 
O clipe - monocromático - da música é dirigido por Xavier Dolan e foi gravado no Canadá. Nele, Adele aparece mais magra e contracena com Mack Wilds. "Hello" fala sobre o reencontro de um amor passado e faz parte do novo álbum da cantora britânica.
A voz da cantora troveja, assentada confortavelmente alternada por arranjos minimalistas. Cordas são ouvidas ao fundo nos versos mais serenos, enquanto pratos anunciam as chegadas dos momentos mais explosivos. Ainda assim, Adele não perdeu o vazio no peito que fez dela quem é... Bola pra frente!!
                                                                                      Sandra Senna

                                                                                                        

"Uma gota no oceano" - NX Zero - Sempre gostei dessa banda pelo seu trabalho embasado em letras com mensagens inteligentes e positivas e profundidade plural... além de apresentar uma nova vertente do quinteto, que agora ganha um novo estilo e passa a agregar uma influência de rap ao seu rock melódico, ao meu ver, dentre outras bandas algo de uma singularidade tamanha!



“Uma gota no oceano ou um simples grão de areia podem mudar tudo reescrever a história, transformar dor em glória em um segundo”
Amei a letra desse grupo que sempre admirei por suas letras inteligentes de cunho social, humanístico e universal! Uma gota faz sim toda a diferença! ela transforma dor em glória, ou seja, nós fazemos a diferença, não por que somos bons, mas por que servimos a um Deus bom! Mesmo no meio das trevas nossa luz brilha!! Parabéns aos meninos dessa banda, a qual já interpretei uma de suas composições e sempre acompanhei o seu trabalho de perto!!
Nunca tinha parado pra pensar que ter medo seria uma escolha, quando me dei conta disso percebi  isso mesmo!!  quando escolhemos ter medo, ao mesmo tempo escolhemos não amar... Que letra hein??
                                                                                                     Sandra Senna
Canção na plenitude
Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias. 
Lya Luft
O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.


Quando você estiver assistindo a um filme e a trilha-sonora despertar algo em seu íntimo, como se o impulsionasse a fazer algo grandioso, desconfie que o artista por trás dela é Hans Zimmer. Esse músico extremamente talentoso é o autor das trilhas de O Rei Leão, O Último Samurai, Gladiador, Falcão Negro em Perigo, Pearl Harbor e Conduzindo Miss Daisy, entre várias outras. Todos seus trabalhos têm um “algo a mais” que é difícil de explicar com palavras. A trilha sonora escolhida é “Now We Are Free”.Uma linda e triste canção. Esta música absurdamente forte foi composta em parceria com a excelente Lisa Gerrard. Uma música de ritmo pesado e sons sutis que vão adquirindo volume, se combinando, fazendo com que a melodia ganhe forma e força, para depois se contrair novamente, num pulsar calmo, como a passagem do tempo. Ouvi-la com calma, prestando atenção em todos seus detalhes, é uma experiência e tanto. Conta com uma notável participação de vocais, o que é algo raro para as músicas de Zimmer, que geralmente são instrumentais. Ela contém toda a emoção e tranqüilidade. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora e vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.
Editado: http://mundoestranho.abril.com.br/blogs/turma-do-fundao/tag/a-origem/

Mais uma dica de filme arte uma raridade em tempos atuais

Uma bela surpresa: um fascinante filme, uma mistura de thriller e romance, com uma trama perfeita, complexa, intrigante, atualíssima, no meio dessa trama intrincada, uma belíssima história de amor, um amor impossível... Um filme com recursos para causar o devido efeito. Como acima de tudo, em cenas delicadas de amor que oscilam ao sexo realisticamente projetado sem ser apelativo, espetacular, de pura poesia, romântico, sensível ao invés de óbvio... Cenas tomadas por uma gama de ângulos perfeitos da câmera discreta, não há nada sequer que chegue perto dos quase-pornô desse grande roteirista Joe Eszterhas, quando desfila também com leveza por lindas paisagens em Bruxelas e Moscou com os cuidados de uma direção de fotografia meticulosa que faz desse longa um filme bem cuidado e bonito.
Tem o ritmo, o tom, o gosto de espionagem, de guerra fria, disputas de agências de inteligência de Estados Unidos e Europa versus Rússia – só que passado nos dias de hoje, e com a ação acontecendo em torno das operações financeiras do mundo globalizado.
Em minha opinião de fã, é aquele filme artesanalmente perfeito, todos os quesitos técnicos bem cuidadíssimos. Mas o que mais impressionou de fato foi a bela trama, um paralelo interessante com política russa dos últimos anos, funciona como pano de fundo adequado para mostrar um romance carregado de sensualidade e marcado de contradições, qualidade essa, extinta em produções que já faz um bom tempo!
Afff... o ator Jean Dunjardin, um “Deus Grego” da terra! Rsrsrs...que  interpretação! Para mim esse cara não apenas regeu a orquestra com maestria, mas também escreveu toda a partitura. Cécile de France também lindíssima e soberba, sua também interpretação simplesmente brilhante!!!
                                                                                                                           Sandra Senna