O vídeo: "Eternas Ondas" - Zé Ramalho...

Olha só o que essa escritora fala sobre as composições do fenomenal Zé Ramalho. O pensamento dela se estreita bastante com o meu no que se refere a aludir as suas composições em algo revelador, profético, inquisidor, mensageiro de um passado?...ou... futuro próximo...?...esse cara canta e compõe coisas que tem tudo a ver comigo mesmo...
Zé Ramalho - Um Visionário no Século XX
de Luciene Alves
Editora Nova Era - 1997
Livro da escritora e historiadora mineira Luciane Alves, onde ela faz uma análise
sócio - político - esotérica da obra de Zé Ramalho. Leia Trecho:
"As composições de Zé Ramalho são, a princípio, intrigantes. Ele parece nos falar de símbolos indecifráveis. Tudo muito místico, com base em profundos estudos esotéricos. O que chama a atenção na obra de Zé Ramalho são os arranjos de suas músicas: sons que tocam a alma. Mas quando chegamos às letras, que às vezes até cantamos sem pensar muito no que significam, não as compreendemos bem. De que nos fala esse compositor em suas tão belas canções? Da mitologia grega, preocupados em resgatar o que fomos em um passados distante? De vida inteligente no universo? Ou estaria nos apontando algum caminho para melhorarmos nossa passagem pelo planeta Terra? em minha opinião Zé Ramalho nos fala de tudo isso e muito mais. O cantador usa o verso para ajudar quem o ouve. Enfrenta caminhos às vezes não muito fáceis de serem trilhados para chegar aos ouvidos do povo. Todas as dificuldades são superadas para possibilitar o canto. A canção é o que salva. Não sei se será possível "desvendar" aqui os mistérios das composições de Zé Ramalho, mas acredito que posso dar uma interpretação para simplesmente insistir no recado que há muito vem sendo dado. Resta saber se será aproveitado."
O livro pode ser adquirido
na Editora Record no endereço:
RP Record
Caixa Postal 23.052
Rio de Janeiro, RJ - Cep 20922 - 970

O vídeo de hoje: "Hearts a mess" - Gotye. Sensacional clip! A música tudo de bom...


O vídeo de hoje: "Esquadros" da Adriana Calcanhoto... com esse cara que adoro seu jeito de tocar, cantar!! Saulinho...

Analisando a letra - Comentário
Música e letra da Adriana mesmo. Inclusive, isso pode ser conferido no site oficial da cantora, onde ela dedica a canção ao seu irmão Cláudio, que é cego. Por isso, ela inicia a canção falando cores de Almodóvar, cineasta famoso por colocar sempre cores fortes nos seus filmes e Frida Kahlo, pois são imagens que seu irmão nunca poderá desfrutar. E ela continua, quando diz: “passeio pelo escuro, eu presto muita atenção no que meu irmão ouve, e como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora, eu quero chegar antes pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus” – demonstrando o cuidado e a angústia que ela sente em protegê-lo, em sinalizar o mundo ao redor pra que ele não se machuque. Pode até ser que ela faça menção à sua sexualidade, mas acho despropositado, já que ela dedica a canção inteiramente ao irmão. É linda, é sensível e eu gosto ainda mais depois que soube.

O texto de hoje: O enigmático ser "sapiossexual" me identifico por demais


Quando li sobre isso senti como se tivesse me encontrado. Me identifiquei, é como se me apaixonasse pela alma da pessoa... Portanto venho compartilhar  um pouco do que é um ser “sapiossexual”, segundo uma graduanda do curso de Ciências Sociais:
“Sim, eu tenho uma tendência sapiossexual.
Nunca escondi o quanto gosto de coisas exóticas, que vai contra o comum, o formatado. Algo que seja diferente, mas que ainda assim não perca o encanto, o brilho, a intensidade nos atos e a confiança nas ações. E agora, com toda sinceridade possível, confesso meu segredo. Ex-segredo. O que era meu, agora nosso será. Como uma linha tênue, uma marca de nascença, tem algo em mim que me descreve e me persegue. Uns chamam de doença, eu chamo de qualidade, de escolha, de sorte. Dedo da sorte. O que eu tenho na verdade é algo denominado como "sapiossexual". E antes especulem, indaguem, eu adianto, “NÃO! Eu não tenho atrações sexuais por sapos, por mais que brevemente eles virem príncipes. "
O que eu tenho na verdade é algo que estava adormecido, mas aos poucos resolveu alastrar-se como se quisesse me proporcionar os últimos dias de vida, felizes e prazerosos. Aos poucos eu parei de enxergar com os olhos e comecei a observar com a mente. E com isso descobri que tenho uma atração louca por inteligência. Não me venha falar que seu carro é 0, que seu relógio é de ouro e que você trabalha com um instrumento poderoso. Mas me fale sobre os problemas do mundo, me mostre que você não é um pseudo-revolucionário, me conte sobre o último livro que leu e aquele que você está louco pra ler, viaje comigo falando sobre filosofia. Não precisa filosofar, basta viajar.
O que me encanta na verdade é a inteligência, as várias viagens feitas sem mesmo sair do quarto (com o livro nas mãos), me atrai, me instiga e me convence uma mochila pesada, cheia, com uma bagagem de ouro. Uma bagagem cultural.
Me chama a atenção chegar, sentar, cruzar as pernas e se deliciar com o livro. Me chama a atenção o intelecto, a inteligência e a visão de mundo benéfica. Me chama atenção. Me tira a atenção. Me invade, me anima”.

Por: Ana Terra Araújo - Graduanda do Curso de Ciencias Sociais da UNEB

É aquela pessoa que independente do sexo (muitas vezes confundidos com os bi ou panssexuais) sente atração, (deseja, tem tesão ou mesmo ama – como queira) pela inteligência, visão de mundo, bagagem de conhecimento ou nível cultural de alguém, sem preocupar-se com aquilo que carrega entre as pernas, a aparência, o nível social...enfim são aqueles que têm como fonte de desejo a sapiência.
O termo é um tanto quanto complexo, e, acho, vai muito além do que a cabeça das pessoas da nossa sociedade consegue compreender.

O vídeo de hoje: "Olha" - Chico Buarque e Erasmo Carlos


Pensamento do dia... Drummond...

" A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional."
                                                       Carlos Drummond de Andrade 

O vídeo de hoje: " MINHA HISTÓRIA" - Imortal composição de Chico Buarque meu pai tanto gostava


A história da Música "Minha História" de Chico Buarque
Curiosidades da Música Popular Brasileira

A música “Minha História” tem alguns fatos curiosos na sua gênese e na própria justificativa do seu nome. A música original, 4 marzo 1943, também é conhecida como Gesú Bambino - Menino Jesus em italiano - foi composta no início dos anos setenta na Itália por Lúcio Dalla(foto a esqueda) e Palotino e abordava a história das mães solteira adolescentes sob a ótica dos filhos, frutos de relacionamentos com soldados estrangeiros no período da 2° grande guerra, daí seu subtítulo: “Os filhos da guerra”. A versão italiana foi premiada com o 3º lugar do Festival de San Remo de 1971. 

Chico Buarque, amigo de Dalla, com o brilhantismo de sempre, adaptou a letra para nossa realidade tratando a música sob o prisma de um filho de uma prostituta de caís. O compositor brasileiro brincava em relação ao subtítulo da música italiana –Filhos da Guerra - dizendo que sua música seria chamada filhos da Puta. Brincadeiras à parte, Buarque resolveu colocar o nome de “Menino Jesus”. Era tempo de ditadura, os militares não gostaram e, como era comum na época, censuraram. O cantor resolveu colocar o nome definitivo “Minha história”. 

A respeito do título definitivo, O jornalista Wagner Homem, em uma apresentação teatral chamada “Histórias de canções - Chico Buarque”, baseada no livro com mesmo título de sua autoria, conta uma história hilária: Chico Buarque estava dando uma entrevista para um jornalista cubano quando ouviu o seguinte comentário do desinformado profissional: "o que me impressiona, senhor Chico, é como o senhor conseguiu chegar tão longe sendo filho de uma prostituta”.


Ouça a versão original cantada por Lúcio Dalla. Depois, a versão do compositor brasileiro e, no terceiro vídeo, os dois cantando juntos. Percebam a diferença nos arranjos das duas versões. Aproveite também para ouvir a história da música contada pelo próprio Wagner Homem, no último vídeo.

Fonte: http://www.drzem.com.br/2011/12/historia-da-musica-minha-historia-de.html

O vídeo de hoje: "Redescobrir" Mais uma vez refletindo a letra do inesquecível Gonzaguinha na voz dela, da minha ídola maravilhosa Maria Rita

O que descobrir nas diferentes infâncias? Que histórias elas anunciam, denunciam no decorrer da caminhada? Que magias perambulam nos labirintos da escola da vida? Deixemos que a música Redescobrir, de Luiz Gonzaga Jr (2007) nos leve a outros encantos que dançam em muitos cantos.


Vídeo de curta-metragem: "Vida Maria" produzido pelo animador gráfico Márcio Ramos lançado no ano de 2006 onde retrata a pura realidade de alguns lugares do nosso Nordeste...

O filme mostra a história do que se mais vê aqui no interior do nordeste, onde vemos crianças que tem sua infância interrompida muitas vezes para ajudar a família a sobreviver, infância essa resumida aos poucos recursos e a más condições.
A Maria que aparece no filme mostra satisfação no que faz, em apenas escrever seu primeiro nome a princípio, o momento em que sua mãe lhe chama a atenção, é tirada, não só a atenção como seu futuro de ser uma pessoa diferente que sua mãe, que não tem uma visão do futuro, querendo dar à filha a mesma criação que teve.
O objetivo do filme é mostrar que essa realidade existe e que a vivenciamos no dia a dia e que devemos tentar procurar construir um futuro melhor buscando qualidade de vida e não se acomodar, mais sim refletir sobre as condições de vida que estamos construindo e que devemos provocar e forçar uma mudança de atitude denunciando a ausência de escolarização e as condições precárias de vida de várias gerações nesse nosso Brasil, principalmente no nordeste.
O filme explora as limitações e a falta de perspectiva de “Maria José” que é apenas mais uma Maria que deixou de lado os estudos e se dedicou a casa, ao marido e aos filhos, vivendo em estado de autoanulação, onde sua vontade e seus sonhos não ultrapassam a cerca da casa onde vive, é o que essas mulheres enfrentam durante toda a sua vida, se repetindo por diversas gerações. Mais que isso, “Vida Maria” ultrapassa os limites do sertão nordestino, aproxima-se também das mulheres pobres urbanas, que da mesma forma que “Maria José” vivem a mercê do marido, cuidando da casa e dos filhos.

O objetivo do curta é mostra que devemos dar sempre mais que tivemos pros demais, para tentar construir um futuro que não tivemos, e estar sempre a procura do melhor e não se acomodar naquilo que vivemos.

O vídeo de hoje: "Malandragem" Eterna Cássia com suas letras incríveis de verdadeiras reflexões...


O vídeo de hoje: Maria Rita - "Como Nossos Pais" - Música é isso!!

Show, show, show de interpretação dessa lindíssima intérprete nessa ímpar composição do Belchior que eu conhecia desde a adolescência, é uma música eterna. é bom demais de se ouvir e de se ver nesse clip é claro! COMO NOSSOS PAIS é um clássico da música popular brasileira, na minha opinião uma das mais lindas canções do gênero, e digam o que disserem, sendo nós os mesmos ou não, esta canção vai ser sempre lembrada e admirada por quem aprecia a verdadeira música de qualidade.

Essa música sempre que ouço enche minha cabeça de questionamentos. Ela explica de forma impar o processo de amadurecimento para a sobrevivência. Acho fantástico o confronto das duas formas de encarar a realidade. Até que ponto devemos ceder à realidade crua nossos sonhos e pontos de vista e evitar confrontos? Ate que ponto devemos pensar na nossa sobrevivência? Confrontar até as últimas circunstâncias nos leva à morte. Mas ser complacente com uma realidade infausta também nos leva à morte, mesmo simbolicamente. Sonho/idealizações e realidade se confrontam. Não é fácil transformar sonhos em realidade, mas quando se consegue é único. Interpreto essa canção como um diálogo entre esses dois extremos. Hoje precisamos de pessoas que causem ruptura e promovam a mudança mas também precisamos das pessoas que se preocupam com a continuidade da vida, não sacrificando-a muitas vezes tolamente. Esse contraste, na realidade mais simples e cotidiana se faz presente, e encontrar esse meio termo para mim é sinônimo de sabedoria e auto-conhecimento. Parabens a todos pelas visões que sempre se complementam.

O vídeo de hoje: Zé Ramalho - "O Gosto da Criação" Amo o trabalho desse fera!! Suas composições maravilhosas

"Luzes explodem além do espelho que refletiu/ao se afastar a imagem de alguém que você não viu". O novo CD de Zé Ramalho começa assim, com O Gosto da Criação. A música aponta para um caminho bem mais criativo do que o disco anterior Zé Ramalho Canta Raul Seixas (2001). A faixa título chama atenção pela linguagem bastante diferente do violão solo. O responsável, o requisitado músico Yamandu Costa, faz uma parceria perfeita com a percussão decisiva de Firmino e a voz poderosa de Zé. As 12 faixas são de autoria de Zé Ramalho, sem sequer uma parceria. A sonoridade é forte por todo o disco, alternando (mais) momentos criativos com cítaras e violinos (Modificando o Olhar), rabecas e sanfonas (É Praticando na Vida que Muito Vai Aprender) e outros banais, com teclados (Coisas Boas e Mais) e saxofones (O Silêncio dos Inocentes)

O cantor e compositor paraibano deixa aqui um pouco de lado seu poder visionário para aflorar o romântico. O que funciona em Fissura ("E vai deixar numa estrela/a sua imagem e semelhança"), não é tão autêntico em Coisas Boas e Mais - apesar do ótimo título ("e as ondas do rádio/se inundarão"). As "previsões" ficam mais claras só na última faixa O Apocalipse de Zé Limeira, onde as guitarras são o forte: "Eu vejo no apocali - psicologia profunda/de que um dia virá/um astronauta para me salvar". Outra marca forte de Zé pode ser identificada em Modificando o Olhar, um agalopado com influências árabes. Aqui, ele parece chamar a atenção para a volta mais inspirada: "Modificou/olhe pra mim/é o começo/não é o fim". Com muito mais pontos positivos do que tropeços, o novo álbum parece afirmar que Zé ainda não está disposto a se acomodar, apesar dos recentes passos irregulares. Confirmando o título, o cantor recuperou o gostinho por criar.(Mônica Loureiro)