DETALHES TÃO PEQUENOS...
Carlos Alberto Passos
Jornalista, ator, diretor e produtor de teatro e shows musicais
AGRÔNOMOS. RESMUNGOS
... Uma vez, tempos atrás, escrevi aqui neste espaço, sobre os agrônomos. Aliás, só ando cercado deles. Na outra encarnação devo ter sido um. Há, há, há, há, só rindo! Nunca arrisquei a ser poeta. Mas em homenagem a essa profissão, até escrevi uns mal traçados versos – aqui mesmo nessa coluna - que começava assim: “cavas a terra/como lavro a palavra/em busca da lavoura certa/conheces a terra cansada/ adubos, húmus, estercos, compostagem/o agrônomo sua/na dificuldade/ de a semente germinar/fertilizar com água/o chão nosso de cada dia...” e por aí vai! Por que escrevo isso? É que tenho uma admiração enorme pelos formandos do ano de 1971. O senso de camaradagem é tão grande, que sempre se reúnem de cinco em cinco anos (agora vai ser de dois em dois anos – pois a idade avança!), vindo colegas desse Brasil imenso, para congraçar, relembrar os tempos universitários. E na realidade voltam a serem estudantes e adolescentes.
   Fui (e não foi a primeira) à última confraternização. Comi e bebi (o verdadeiro ‘escocês’ – nada paraguaio!) nababescamente. Não entrei de penetra não! Convidaram-me, pois tenho amigos entre todos. Luciano Souza (o ‘cabeça’ do grupo), Luiz Mendes (esse, meu amigo pessoal), Ana Maria, Lourival dos Santos (ex prefeito de Cruz), Gilton Rosa (fazendeiro e dono do Sky Burger), Lauro Novis,  e todos os outros. Um exemplo a ser seguido. Não deixa de existir um pouco de nostalgia. Melhor assim do que nada. Esperando o próximo convite para rever, comer, beber, e o agrônomo da outra encarnação participar da festa. Uma forma admirável de companheirismo e relações sociais.
RESMUNGOS
... Final de 2011. Antes que eu esqueça e comece a resmungar com histórias picadinhas, ensejo a todos o que desejam para 2012. Claro, com estudo ou trabalho. Os que não têm condições, o Estado é responsável. Agora, os que buscam a vagabundagem e bandidagem, o ano é incerto!
   Retrospectiva do que me lembro: fui injusto quando escrevi sobre os acarajés e abarás de Cruz. Esqueci-me da Ana, que vende no quiosque em frente de Famam.  São tão boa quantas as outras. Agora, existem duas senhoras privilegiadas, que pelo amor de Deus! Uma, ao lado dos quiosques, que ganhou uma bela barraca e outra defronte da prefeitura. Lugares estratégicos: um amigo (agrônomo, como sempre!) foi comer (eu prevenir!) um desses acarajés e teve uma diarreia de dois dias. Que aprendam a fazer (sem usar o óleo de dendê queimado e colocar amido no feijão fradinho) com Ana, e as senhoras que vendem no Largo da Jurema e na porta do galpão perto da Pousada Planalto.
   Já que falei dos quiosques da praça, a coisa está tomando um novo rumo. Se duvidar, vira uma esculhambação como antes. Não sei que autoridade determinou colocar mesas e cadeiras espalhadas pelo jardim, além de não obedecer à ordem de fechar antes da meia noite. Ou foi por iniciativa própria? Querem o quê? Voltar aquela cachaçada toda de antes? O espaço é público. Eles apenas possuem uma concessão. Mas não são todos os quiosques não! Por último: forró, pagodão, arrocha e brega na véspera de Natal combina? Toda a religião tem seus dias para comemorar Jesus Cristo, Maomé, Alá, Buda, Orixás, e talvez outros Deuses que não consta agora do meu pensamento. Com vários nomes, mas ELE é uno. É o dia de confraternização familiar, da ceia, do contato com os parentes. Não tem lógica nenhuma promover festas públicas, separando os filhos dos pais, rompendo com as relações familiares.
   Por falar nisso, houve até tiroteio na festa de três dias da Associação dos Barraqueiros, na Praça Multiuso. E os tiros foram disparados no domingo à noite, madrugada adentro. Mas não é dia e hora para estarmos descansando (não, não, não precisam estar assistindo o ‘fantástico’ não; o namoro, a leitura, fofocando na internet, ou mesmo ‘puxando aquele ronco’), pois a segunda-feira não é dia de branco, ou preto, como queiram codinominar? E a ressaca acaba com qualquer um.Minha obrigação é escrever. O destino dos filhos, os pais são quem sabe!
   Peço perdão a Dona Elvira (ou Antônia) Borba dos Santos. Ela possui seis filhos, e não sete como publiquei. Sete é conta de mentiroso! Só rindo! Feliz 2012 Dª Elvira. E a confusão que eu fiz ao afirmar que a bela cantora Sandra Senna era parenta dos músicos do ACARAJÉ COM PIMENTA? Tiraram o maior sarro com a minha cara!!! Acarajé com Camarão é um; Sarapatel com Pimenta é outro. Apesar de essa misturada toda formar um gostoso prato baiano. Seu parentesco é com o pessoal do Acarajé. Aliás, Sandra está com um CD na praça (Interpretações ao Vivo) que vale a pena escutar.
Por último: mais um trecho da nossa praça principal inaugurada. Com fonte luminosa e tudo. Para namorar, passear, jogar conversa fora. Que ninguém é de ferro. Parabéns, Prefeito Orlandinho.
PAPAI NOEL
Assis Valente foi um grande compositor baiano. Nasceu em Santo Amaro da Purificação e, jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro. Carmen Miranda foi uma de suas grandes intérpretes. Até hoje, suas composições são gravadas. Teve uma vida trágica. Não  vou contar a história pois estamos celebrando 2012. Essa música que ele compôs todos cantam. Se reparar na letra, demonstra uma profunda injustiça social, de uma criança que não ganha seu brinquedo de Natal: Anoiteceu, o sino gemeu/ E a gente ficou feliz a rezar/Papai Noel, vê se você tem/A felicidade pra você me dar/Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel/E assim felicidade/Eu pensei que fosse uma brincadeira de papel/Já faz tempo que eu pedi/Mas o meu Papai Noel não vem/Com certeza já morreu/Ou então felicidade/ É brinquedo que não tem”.
...Até a próxima.

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