Quando menciono escritos de
Martha, é porque existe alma artística ali, aplicada com toda dedicação,
facilmente percebida em suas dissertações.
Ela tem só 23, mas já está na estrada há muitos anos. Já é uma artista que brilha, com sua luz própria e talento. Estela Ceregatti tem 23 anos e, pode apostar, ainda vai voar longe. Compositora, cantora e instrumentista, ela não é uma cara nova no cenário musical mato-grossense, pois já se apresentou com vários grupos, como Os Novos Chorões, Boca de Matilde e Bionne, mas de um ano para cá vem se firmando com um trabalho autoral. Teve, inclusive, uma composição (“Céu Reduto”) incluída no CD “Cirandando” de Vera Capilé, lançado recentemente.
Tudo isso explica a inclusão do show “Monofoliar” na mostra Guaná – Aldeia Sesc de Arte e Cultura. Estela Ceregatti sobe hoje ao palco do teatro do Sesc Arsenal, em companhia dos músicos (e também compositores) Juliane Grisólia (percussão) e Jhon Stuar (contrabaixo e piano) – que são alguns de seus parceiros no grupo Urutau. A proposta do espetáculo é ousada, expressa “a musicalidade dos compositores entrelaçada a influências populares diversas” e é resultado de muita pesquisa, inclusive, usando o mocho, instrumento típico cuiabano.
“Como músicos salientamos a semântica da palavra atrelada a texturas e atípicos timbres de concepção instrumental e na despretensão de alcançar o alcançável, irrompem a si mesmos através das sonoridades de seus corpos e o todo – ínfimo – mono – foliar”, afirma Estela, no texto de apresentação do espetáculo.
Ela tem só 23, mas já está na estrada há muitos anos. Já é uma artista que brilha, com sua luz própria e talento. Estela Ceregatti tem 23 anos e, pode apostar, ainda vai voar longe. Compositora, cantora e instrumentista, ela não é uma cara nova no cenário musical mato-grossense, pois já se apresentou com vários grupos, como Os Novos Chorões, Boca de Matilde e Bionne, mas de um ano para cá vem se firmando com um trabalho autoral. Teve, inclusive, uma composição (“Céu Reduto”) incluída no CD “Cirandando” de Vera Capilé, lançado recentemente.
Tudo isso explica a inclusão do show “Monofoliar” na mostra Guaná – Aldeia Sesc de Arte e Cultura. Estela Ceregatti sobe hoje ao palco do teatro do Sesc Arsenal, em companhia dos músicos (e também compositores) Juliane Grisólia (percussão) e Jhon Stuar (contrabaixo e piano) – que são alguns de seus parceiros no grupo Urutau. A proposta do espetáculo é ousada, expressa “a musicalidade dos compositores entrelaçada a influências populares diversas” e é resultado de muita pesquisa, inclusive, usando o mocho, instrumento típico cuiabano.
“Como músicos salientamos a semântica da palavra atrelada a texturas e atípicos timbres de concepção instrumental e na despretensão de alcançar o alcançável, irrompem a si mesmos através das sonoridades de seus corpos e o todo – ínfimo – mono – foliar”, afirma Estela, no texto de apresentação do espetáculo.
ONIPRESENÇA DA MÚSICA
Em resposta a algumas perguntas
feitas por email, Estela acabou enviando ao Ilustrado um texto muito revelador
da importância da música em sua vida, do qual vamos reproduzir alguns trechos:
“A música está presente em minha vida desde sempre, talvez em algum alcance que ultrapasse esta vida. Cresci em um cerne familiar felizmente sensível. Tios músicos - Ellen e Pio Toledo, mãe psicóloga e pianista, pai professor de artes. Estudei em uma escola cuja arte é a principal matéria, ela é que rege a pedagogia Waldorf, e foi lá também que dei de encontro com o teatro, a culinária, os desenhos de formas, trabalhos manuais, marchetaria, esculturas de argila e a ‘música’ – como ela me chamou atenção! Tudo tinha um toque musical: o deslizar dos pincéis ao pintar uma aquarela, a água escorrendo no barro, as falas ritmadas do teatro ou o canto, puramente, nas aulas de música. (...) Para mim a música nunca está sozinha, mas interligada a outras artes que acabam por fortalecê-la.”
“A música está presente em minha vida desde sempre, talvez em algum alcance que ultrapasse esta vida. Cresci em um cerne familiar felizmente sensível. Tios músicos - Ellen e Pio Toledo, mãe psicóloga e pianista, pai professor de artes. Estudei em uma escola cuja arte é a principal matéria, ela é que rege a pedagogia Waldorf, e foi lá também que dei de encontro com o teatro, a culinária, os desenhos de formas, trabalhos manuais, marchetaria, esculturas de argila e a ‘música’ – como ela me chamou atenção! Tudo tinha um toque musical: o deslizar dos pincéis ao pintar uma aquarela, a água escorrendo no barro, as falas ritmadas do teatro ou o canto, puramente, nas aulas de música. (...) Para mim a música nunca está sozinha, mas interligada a outras artes que acabam por fortalecê-la.”
Estela conta que a necessidade da
criação artística sempre existiu em sua vida, até que um dia se transformou na
vontade de compor: “Aos 14 anos, assim que comecei a aprender a tocar violão,
não me bastavam interpretações. Apesar de crer que elas são essenciais para
manterem vivas as músicas de outrora, senti fortemente a sensação de querer
criar algo no meu instante, talvez algo novo, mas de coração, verdadeiro. Aconteceu
que a música na minha vida se tornou meu mais importante alimento para o
espírito.”
Ela destaca alguns professores de
grande importância para sua formação: Fátima Guedes (RJ), Ellen e Pio Toledo
(MT), Roberto Victório (RJ/MT) e Flávia Vieira (RJ/MT). Hoje, Estela trabalha
em seu primeiro CD solo e é professora de música no Colégio Brasílis, escola
Waldorf, e no Porto Geral - um Ponto de Cultura.
A experiência com outras
profissões, durante a época em que morou em Toronto (Canadá) e tocou em
restaurantes, bares noturnos e galerias de artes, foi muito enriquecedora,
segunda ela. Estela trabalhou como bar tender e fazendo sanduíches num fast
food árabe. “Foram experiências duras, mas me trouxeram uma visão de sociedade
nunca antes vivenciada. (...) Eu me senti cada vez mais provocada para falar
sobre o que vivia, para externar uma enxurrada de pensamentos sobre as pessoas,
o mundo, minha visão no anonimato”.
A necessidade de fazer arte ficou
ainda mais forte: “Creio que ela possui a grandeza de transformar as coisas
para o bem e é por isso que continuo a tecer o som todos os dias pelo infinito
fiar das cordas do mundo em microtons. (...) Acredito que é preciso que haja o
silêncio revelador de barulhismos para que se possa contemplar o som e perceber
as minúcias de um sorriso ou de um crispar de folhas. Sinto que é preciso
trazer as pessoas à escuta atenta, pois ela amplia os horizontes da
imaginação”. Assim falou Estela...
Postado por Osvaldo Tancredo
Martha Baptista, jornalista,
Diário de Cuiabá
http://www.meupalco.com.br/2011/09/estrela-de-estela-by-martha-baptista.html
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