Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato
Entre a loucura e a lucidez
Entre o uniforme e a nudez
Entre o fim do mundo e o fim do mês
Entre a verdade e o rock inglês
Entre os outros e vocês

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão

Entre mortos e feridos, entre gritos e gemidos
(A mentira e a verdade, a solidão e a cidade)
Entre um copo e outro da mesma bebida
Entre tantos corpos com a mesma ferida

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão

Entre americanos e soviéticos, gregos e troianos
Entra ano e sai ano, sempre os mesmos planos
Entre a minha boca e a tua, há tanto tempo, há tantos planos
Mas eu nunca sei pra onde vamos

A Revolta Dos Dândis I
Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui

Que não passa de ilusão

Realmente um passageiro existencialista...
Achei pertinente abaixo a análise da letra feito por um fã.

Trata-se de uma das melhores obras de uma das melhores bandas do Mundo. Engenheiros do Hawaii têm uma longa trajetória de grandes sucessos, e músicas recheadas de significados, referências histórias e literárias, e até filosóficas.
Em "A Revolta dos Dândis", do disco homônimo de 1987, não foi diferente. A música faz referência ao livro de Alberto Camus, "O Passageiro", escritor e filósofo existencialista franco-argelino. A letra sempre deixa transparecer a indecisão, sempre a idéia de estar entre dois pontos. "Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato, entre a loucura e a lucidez, entre o uniforme e a nudez". Também o existencialismo em "Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão".
Consolidou a carreira da banda em nível nacional, com um álbum tão bom quanto o primeiro (no qual constavam sucessos como "Toda forma de poder" e "Longe demais das capitais"), com a formação original, tendo na line-up Humberto Gessinger, Carlos Maltz e Augusto.
Gessinger nessa música fala dos Dândis, que são cavalheiros por sua essência e não porque são advindos da nobreza, são até meio sem emoções. Hoje o termo Dândi é usado pejorativamente, mas no passado não, pois eram pessoas que além de ligados a aparência impecável eram diferenciadas, cultas.
Aliás, um trecho da música deixa claro o que Gessinger quer passar: (…)”Eu me sinto um estrangeiro Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui Que não passa de ilusão”(…)
Notem: Um estrangeiro, alguém que não combina com o mundo que vive, tanto é que Albert Camus, filósofo que era um dândi, escreveu a obra "O estrangeiro" (Gessinger claramente se diz fã de Camus),




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